Automação na Movimentação e Armazenagem de Materiais (MAM)

Ao longo das duas últimas décadas a utilização da automação tem avançado rapidamente e neste contexto vamos avaliar os principais motivos que levam a tal evolução, entre eles: • Acirramento da concorrência/competitividade que obriga a melhoria da qualidade, com fabricação de lotes menores que implica na flexibilização da fábrica (sistemas flexíveis de manufatura) para possibilitar entregas com prazos menores, e em paralelo a necessidade de redução de perdas e a conseqüente redução de custos; • Mão-de-obra é o primeiro ponto lembrado quando o assunto é automação, e cujo custo deve ser levado em conta (apesar de ainda ser considerado baixo no Brasil), porém também devem ser considerados os aspectos relativos à qualificação, segurança, insalubridade, esforço físico/ergonomia, produtividade, além das questões trabalhistas e sindicais; • Equipamento automático/automatizado muitas vezes nos leva a pensar apenas na redução de custos diretos, porém existem outros aspectos como a confiabilidade, ajustes/setup time, registros e fluxo de informações/monitoramento, aproveitamento (horas/dia, dia/semana, etc.); • Tecnologia TI/eletrônica, materiais, sensores, mais baratos, em outras palavras, com melhor relação entre custo e benefício, além da enorme disponibilidade de equipamentos e recursos diversos; • Além dos aspectos quantitativos citados acima que possibilitam o cálculo de retorno sobre o investimento (ROI), outros quesitos devem ser avaliados, como o desejo do dono ou executivo, orientação de ter a operação com classe mundial (principalmente para as empresas multinacionais) e foco no futuro, comparação pontual com concorrentes, imagem da empresa, etc. O que deve ser levado em consideração para tomar a decisão de automação: Qualquer processo de automação, principalmente aqueles que necessitam razoáveis aportes de capital devem ser tratados como projeto, adequadamente planejados e respeitados os seguintes pontos: • Planeje o todo e depois a automação, ou seja, estude os fluxos de materiais, estude o layout (Produtos/embalagens, Quantidades, Roteiros, Sistemas e Tempos); • Definir os parâmetros e objetivos da automação em consonância com as políticas da empresa (ver os motivos relacionados com todos os itens citados acima); • Definir a estrutura analítica do projeto com as funções e responsabilidades claramente definidas; • Estabelecer metodologia e cronograma das atividades, com seus custos e prazos; • Gerar cenários e definir o nível de automação desejado (desde soluções mecânicas simples, até automação completa com utilização de eletrônica embarcada e sem qualquer intervenção humana); • Avaliação quantitativa, técnica e econômica dos cenários, além de eventuais aspectos qualitativos que normalmente são mais difíceis de avaliar e comparar; • Detalhar o planejamento com base no cenário aprovado; • Compras, implementação e acompanhamento da operação com base nos indicadores de desempenho utilizados no estudo de viabilidade, e comparações com o processo anterior e posterior à automação; • Prepare-se para acompanhar o processo automatizado após o inicio da operação, pois ele pode alcançar os objetivos definidos, porém pode ser questionado, e devemos estar preparados para a necessidade prover melhoramentos contínuos ao processo. Fatores que devem ser considerados do ponto de vista da MAM: As atividades de MAM fazem parte da logística, portanto agregam custos em todas as etapas da cadeia de suprimentos (supply chain), e como tal devem ser estudadas no sentido de ter o menor custo possível, porém com o melhor nível possível de serviço/atendimento ao cliente. Os materiais e produtos (matérias primas, em processo e acabados) sofrem inúmeras operações em diversas fases, ou seja, são movimentados, embalados, manuseados, transportados, até a entrega ao cliente final, para o qual devem chegar íntegros, ao menor custo e no prazo estipulado.

Tipos de equipamentos e diferentes níveis de automação: Além do exposto acima, ou seja, das inúmeras questões que devem ser avaliadas no processo de automação, ainda existe a dificuldade em relação ao grande número de alternativas de equipamentos e de variados níveis de automação possíveis. Neste contexto vamos indicar algumas atividades que podem ser automatizadas e os correspondentes níveis de automação.

Além dos equipamentos também é fundamental levar em consideração os sistemas para o aprimoramento do fluxo de informações, com a utilização de softwares para gestão e controle dos estoques e do fluxo de materiais (ERP, WMS, TMS, EDI, etc.). Na verdade sem a tecnologia da informação (TI) aplicada à logística todo o processo de movimentação e armazenagem não teria como ser eficiente. Conclusão: Mesmo sendo bastante complexo o processo de tomada de decisão para a escolha dos equipamentos e níveis adequados para automação, devemos avaliar todos os pontos citados acima, principalmente deixar claro a metodologia utilizada, e os pesos adotados para os aspectos tangíveis (custos e ROI, por exemplo), e os intangíveis (vontade do dono, imagem, etc.). A automação oferece muitas possibilidades de ganhos, porém não devemos nos deixar levar pelos seus encantos (realmente as operações automáticas impressionam e são bonitas de se ver), e nunca deve ser avaliada isoladamente, sem levar em consideração o processo da empresa como um todo (fluxos, layout, etc.) além do impacto comportamental que pode gerar nas pessoas. Finalmente devemos destacar a tendência crescente (foco no futuro) da utilização da automação, proporcional ao porte e a tecnologia utilizada em cada empresa, na medida em que os equipamentos e sistemas para automação estão cada vez mais eficientes, disponíveis, e com custos acessíveis.

Fonte: IMAM

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